Dá-nos a justiça que suporta o fracasso, a beleza que abraça o seu desaparecimento. Dá-nos a resignação livre, a resistência a tudo o que não é fundo nem deixa ver dentro. Dá-nos o lume doloroso da candeia, o som do oceano nas nossas veias.
(Que não nos mova o que pensamos ser mas a tua palavra em nós pronunciada.
É fora do eu, que luz a última sílaba do nome tu.)
Dá-nos o grito do nosso nada, e o sussurro que em ti somos antes de nascermos. Abraça as nossas cinzas e reúne-as na tua infinidade, ó deus inefável e sem nome, em quem tudo é acto e passagem, que em nada se detém e tudo sustenta no silêncio maior.
(Porque o teu nome é o amor que és e te faz outro, e quem vê o outro a ti te vê.)
Dá-nos então, deus da distância infinitamente próxima, agora e sempre dá-nos mais uma vez, apenas mais uma vez e sempre dá-nos, ó deus no pequeno fogo dá-nos – o sussurro de nada ter e tudo louvar ámen.
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