Ó deus do céu e da terra e que até os infernos comandais, dai-nos a graça também da cegueira luminosa.
Vós que sois o que não começa nem acaba nunca, que sois o limite de tudo o que acaba e começa e nós, dai-nos a graça de chegar lá fora, onde habitais na vossa imensidão que tudo contém e age e contempla. Mas não nos tirais a rosa e a espada, cuidai das cinzas que nos completam, e vinde a nós na nossa morte viva, ó deus misteriosamente incarnado.
Não abandonais o que vos nega, habitai as nossas mãos estranguladas, cuidai da voz que grita no terror.
Vêde, ó nosso deus, quão rasgados estes corações se arrastam, acorrentados ao seu próprio peso, amordaçados e cegos. Ó deus nosso em que tudo é abertura e aceitação, escutai-nos, vós tão frágil e libertador que aceitais a recusa de quem vos renega na ferida esvaída e nós, alguma vez saberemos onde estamos e quem seremos.
Senhor nosso deus, pai da eternidade, dai-nos o amor somente nada mais.
Dai-nos a graça e a paz e livrai-nos de todo o mal em que vivemos e respiramos, dai-nos a vida que nos precede e de que fugimos, a morte que nos identifica habitai, todo o mal respirai e vivificai.
Em nome do pai e do filho e do espírito santo ámen.
1 comentário:
que bonita oração,Vitor.
Amen.
Bj.
Malu
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