3 de dezembro de 2007

Veni

Ó deus vivo e verdadeiro, liberta-nos das nossas mentiras, escondimentos, manipulações. Dá-nos a fortaleza no olhar e na consciência, a aceitação firme na vontade. Que a dor da revelação seja nossa alegria, e o nosso sono uma antecâmara da verdade plena.

Que a rosa nas mãos seja sangue e pétala, violenta ternura. Que o espinho na carne seja dor e cura, verdadeira abertura. Que o rosto do outro seja presença e apelo, mútua descoberta.

Que o tempo do encontro, ó nosso deus, seja nossa eternidade, e o nosso dia atravessado pelo eco de todas as vozes, próximas e longínquas, surdas e gritantes, fundas e veladas. Que a solidão seja escuta e atenção, silêncio falante. Dá-nos a vida somente nada mais. Ó deus morto e revelador.

Vem, sempre, vem no que já cá estás, na tua própria ocultação manifesta-te e arrebata-nos.

Sempre, nosso deus. Ajuda-nos a não desfalecer. Ajuda-nos a ser-te. Ajuda-nos a amar.

(Anjos da vigília acudi-nos sempre e mais.)

Ámen.

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