26 de novembro de 2008

Orando em verso

Vejo-me assim,
Despido de mim,
Olhando para dentro
De tudo o que eu não sou
E gostaria de ser.
Meço o amor,
Confiro a verdade,
Afiro a convicção,
Revejo a caridade
No meu coração.
Olho para dentro
E confirmo,
Se está inscrito no meu ser
O caminho
Que devo percorrer.
Assim,
Despido de mim,
Não vejo grande coisa
Para me orgulhar.
Vejo mais fraqueza
Do que força,
Sinto mais vento
Que calmaria,
Vivo mais tempestade
Do que bonança.
E só lá no fundo,
Onde de quando em vez Te meto,
Jesus,
É que desponta a esperança.
Mas o que me interessa
A mim
O que eu vejo
E penso da minha pessoa?
Tu amas-me assim,
Tão cheio de nada,
De coisa nenhuma.
Ah,
Se verdadeiramente estivesse vazio,
Oco por dentro,
Sem bússola
Nem compasso,
Perdido e sem caminho.
Ah, assim serias Tu,
Jesus,
Que me encherias de Ti,
Que me apontavas caminho
E me acompanhavas
Para não me perder.
Oh Jesus,
Esvazia-me então
De tudo o que eu sei,
Ou julgo saber,
Para que virgem do mundo,
No Teu amor
Me perder…

4 comentários:

Fá menor disse...

Estou extasiada perante tamanha beleza!

Uma oração agradável a Deus, sem dúvida...

"Oh Jesus,
Esvazia-me então
De tudo o que eu sei,
Ou julgo saber,
Para que virgem do mundo,
No Teu amor
Me perder…"

Amen!

Ser sempre mais! disse...

Gostei muito.
Foi bom rezar em verso...
Revi-me em muito do que li,e de facto o que nos salva é esta certeza cada dia mais segura:
Que Ele nos ama assim, mesmo nos nossos nadas que às vezes nos levam a não querer olhar para dentro procurando-O.
Contudo, ainda assim, Ele procura-nos (Ama-nos) como à Ovelha perdida que acolhe com infinita alegria.
obrigado.

Sandra Dantas disse...

Amén, Joaquim, Amén! LINDA!!!

Ni disse...

És poema... tão d'Ele.
Lindo!

Obrigada por cada palavra... por momentos tranquilos e bons como este.