Salva-nos da raiva reprimida, e do ódio inicial, de tal grito salva-nos.
Salva-nos do medo que não se enfrenta, da morte escondida salva, da melancolia que se fecha e da fuga cega.
Oh deus, não abandones.
Salva-nos deste fundo egoísmo que a si mesmo se desconhece, nós, imagem fosca de ti, e que o sendo, só o somos em relação e implicação: com o outro de nós, com o outro de si, com o outro de ti, faz-nos o que somos oh deus.
Salva-nos, tu que és a verdade e o ser, não abandones ao nada quem por ti clama, imerecedor e cego, tu que és gratuidade e amor não nos abandones.
Oh deus, clamar por ti é soçobrar, e nessa queda, só tu, que és presença de ti e de tudo o que haja ou pode haver – nos poderás suster.
Oh deus, sê o braço firme da nossa rota, sê luz cá dentro, sê chama e vida, não nos abandones ao mal e à disputa, não nos abandones ao medo que o ódio engendra, salva-nos oh nosso deus.
Assim sejas no que somos, em Jesus Cristo teu verbo e carne, teu rosto e revelação, nossa salvação.
Assim seja no espírito que dá o ser e nele respira e resguarda, em que tudo é bom e belo porque na plenitude de ti, nossa realização.
Assim sejas e sejamos – em ti, por ti, contigo, oh nosso deus.
Ámen.
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