28 de agosto de 2008

Santo Agostinho


Oração para alcançar a salvação


Socorrei-me, Senhor e vida minha,
a fim de que não venha a morrer na minha maldade.
Se não me criásseis, não existiria;
criastes-me, passei a existir;
se não me dirigirdes, cessarei de existir.

Não foram encantos ou méritos meus
que vos compeliram a dar-me o ser,
senão a vossa infinita munificência.
Suplico-Vos, pois,
que aquele mesmo amor
que Vos compeliu à minha criação,
possa igualmente compelir-Vos a reger-me;
porquanto, que aproveita haver-Vos
o vosso amor compelido a criar-me,
se eu morrer na minha miséria,
privado da direcção de vossa destra?

Obrigue-Vos, Senhor,
a salvar-me essa mesma clemência
que Vos levou a tirar do nada
o que jazia no nada;
vença-Vos em libertar-me a caridade
que Vos venceu em criar-me,
pois não é hoje menor este vosso atributo
do que era então.

A caridade sois Vós mesmos,
que sempre sois e não mudais.
Não se Vos encurtou a mão,
que não possais salvar-me;
nem se Vos endureceu o ouvido,
que não mais Vos seja dado ouvir-me.

Amén.


Santo Agostinho
Padroeiro da Diocese de Leiria-Fátima

3 comentários:

Paulo disse...

A vida dos Santos, escrita com sinceridade, revela-nos que até eles sentiram o aguilhão da paixão. Sem dúvida, há que exceptuar certos privilégios da graça, e mesmo assim, esta paz absoluta não foi, muitas vezes, senão a recompensa duma vitória especialmente corajosa.
A titulo de exemplo:
S. Pedro Damião, para extingir os ardores do sangue, mergulhava-se em água gelada;
S. Bento rebolava-se nos espinhos para «recalcar a volúpia por meio da dor».
Afinal...até os próprios Santos também sentem que as almas, tal como os corpos, estão sujeitos à lei do peso, a uma atracção para baixo.

Depois de experimentar certas tentações, eu senti que jamais suportaria a castidade - esse estado militante - logo não podia estar ao serviço da Igreja.
Não fui capaz, confesso, - mesmo sendo um rapaz íntegro - de lutar pela «continência». Talvez uma propensão natural para a luxúria seja o meu maior pecado.
Ainda assim, defendo o livre arbítrio dos homens no que concerne aquilo que querem fazer das suas vidas.
Um dos meus amigos de infância é , agora, quase padre - esta no seminário . Já lhes disse que se alguma vez me confessar a um padre será a ele (quando for ordenado). O sigilo da confissão é, pelo menos assim penso, o maior alivio para um pecador...
Abraço
Paulo

Maristella Padão disse...

Santo Agostinho tem uma história de vida tão incrível, tão intensa, tão forte, sua vida foi marcada com uma profunda transformação e nos rendeu tantos aprendizados. Linda esta prece, não a conhecia.
Uma vez li na faculdade um escrito dele sobre a vida e a morte. E Santo Agostinho falava que ninguém pode ser condenado à morte como pena, uma vez que todos nós, estamos destinados a ela. E completava dizendo que quem poderia afirmar que a morte seria uma pena? Isso foi no plano filosófico, pois foi muito estudioso. Salve sua mãe!
Um abraço Joaquim!

joaquim disse...

Paulo sempre

Obrigado pela tua visita!

O Nosso Deus e Senhor é um Deus de amor e misericórdia e sabe-nos fracos, muito fracos.
As nossas quedas nas tentações, sejam elas quais forem, são sempre motivos para nos levantarmos e continuarmos, porque o Seu perdão é infinitamente maior que as nossas fraquezas.
Lembras-te das Suas palavras?
Perdoar «setenta vezes sete», ou seja sempre, que é o que Ele faz connosco.
O Senhor olha para essa tua fraqueza, de que afinal todos "padecemos", com a bondade de saber que tu a reconheces e contra a qual queres combater.
É isso que Ele tem em conta e não as vezes que nós caímos.
Que a ordenação desse teu amigo te leve a encontrar o caminho que procuras.
Abraço amigo em Cristo