"Um secular, cavaleiro segundo alguns, costumava tecer, todos os dias uma coroa de flores para Nossa Senhora e a colocava, com grande devoção, sobre a fronte de uma estátua da Santíssima Virgem. Ele tornou-se monge e passou a viver no Mosteiro. Porém, seus afazeres impediam que tivesse tempo para colher flores e com elas tecer a coroa que compunha diariamente para a Mãe do Céu. Não podendo desistir desta sua prática, pensou em retornar ao mundo.
Um monge idoso soube do seu projeto e aconselhou-o a rezar cinquenta Ave-Marias, prometendo que esta homenagem agradaria muito mais à Santíssima Virgem do que a coroa de flores que ele lamentava não ter mais tempo para lhe oferecer. Ele seguiu, então, este conselho e perseverou. Mais tarde, devendo realizar longa viagem para resolver questões do mosteiro e, para isso, atravessar uma floresta, no caminho, como ainda não tivera tempo para rezar as 50 Ave-Marias, desceu do cavalo para rezar, oferecendo as devidas orações à Mãe do Céu.
Um assaltante surgiu (e muitos outros bandidos, se confiarmos em antigos relatos), roubou seu cavalo e tudo o que ele levava consigo. O agressor estava a ponto de matá-lo quando percebeu uma bela Senhora tendo nas mãos uma das tiras usadas para fazer coroas de flores. A cada Ave-Maria que o monge recitava, ela colhia sobre seus lábios uma rosa e a colocava na fita.
Quando a coroa composta pelas 50 rosas ficou pronta, a Senhora a colocou sobre sua própria cabeça e desapareceu. O agressor se aproximou do monge e perguntou-lhe quem era aquela Senhora. O monge disse-lhe que estava rezando as Ave-Marias e tecendo a coroa de rosas, mas assegurou-lhe que não havia visto ninguém. E o outro, compreendendo que aquela poderia ser Nossa Senhora, devolveu-lhe tudo o que havia roubado.
Dom Yves Gourdel
O culto da Virgem da Ordem dos Cartuxos
citado em Hubert Du Manoir, Maria: estudos sobre a Santíssima Virgem, Volume II (Paris: Beauchesne, 1952). "
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